se no momento não saio ao mundo, pulando muros e subindo em
árvores, escalo palavras e mergulho em meu peito.
inda não é hora, inda não é hora de partir mais uma vez sem
rumo. meu sem rumo por hora é agora, é aqui, é eu.
amanhã serei eu lá, ganharei mais mundos que mim mesmo.
acordarei, olharei no espelho e não verei mais eu. verei dias e noites, verei
sóis, estrelas e luas, verei meus passos, meus guias, verei sons e cores,
muralhas e árvores, pulos e mergulhos, rios e mares.
mas inda hoje, inda agora, inda em mim há rios para
mergulhar, mais uma manhã em que o espelho me grita apenas – é aqui, é agora. é
você.
inda não é lá.