ASHUNGURÁ!

AXUNGULÁ - アシュングラ - ASHUNGURÁ





Oyasato

Uma canção em sopros que não cessa ao meu redor.
A confecção de baquetas, de peles, de corpos, de sons.
Rostos sorridentes, corpos cheios de vida, brilho nos olhos.
Cidade natal, cidade-mãe, vilarejo de outrora, de sempre, de antes.

A curiosidade, a inocência, a pureza.
O respeito, a vida, a reverência.
A reza.
A purificação.

O suor, o som, o chão.

Abraços de irmãos, amor de mestre.
O som, o som, o som.

A força sem dano, o esforço sem medo,
a explosão sem violência
quando é explosão de vida.

Uma família, estranha família, que de repente se cria
em meu peito.
Pequenos bobos e sábios
irmãs e irmãos.
Tanto a aprender.
Tanto a retribuir.

O som, o som, o som.



天理市、天理教校親里和太鼓部・親里四号館
平成25年5月3日


*


nossa, olha o tamanho desta solidão.
ousar escrevê-la, sem tentar detê-la.
que ela seja.
livre em meu coração.




*

pelos caminhos que and(am)o(s)
um dia -vai- ser(emos)
só não s(abemos)ei quando

Paulo Leminski (e Jão)



*

2012年12月16日

danço só
para me aquecer
ante o inverno
que chega e traz
medo

para um brasileiro,
cobertores nem agasalhos

é a dança,
é o canto

que antes de um calor
epidérmico somente
aquecem também
o tambor

para um brasileiro
em inverno de saudade

remédio
é
com o corpo
lembrar



*

Anotações para mim mesmo


 Deixa o começo
ser começo, apenas

Deixa ao começo
a dúvida viva

Pois, se o encher de
certezas,
te fecharás para o novo

Que só caminhando
se apercebe


Deixa o começo
ser começo, apenas

Para que possas
ocê mesmo
ser teus próprios meios

E esquecer-te
de quem eras
para saber quem afora
sois



*


Poema de Partida - In: O Livro (Genérico e Adaptado) do Jony, 2005

Vou-me embora
pra minha casa,
sossegado e tranquilo.

E uma brisa,
suave,
na fronte.

Vou-me embora
pra minha casa,
para além do horizonte.

Apenas eu
entre céu e terra,
Solidão esta que 
não se se encerra.

Vou-me embora
pra minha casa
e vou a pé,
que dá mais gosto.

Vou-me embora
pra minha casa
sem dó nem piedade.

Vou seco,
solitário.
Vou contente,
não descrente.

Vou-me embora
pra minha casa...

         [e olha 
         que eu nem tenho 
         casa...

*

Poema de Partida - Segundo Ato - In:  Livrê I, 2007

Vou-me embora
pra minha casa.

E o querer
nunca chegar
cresce em mim,
cresce na casa,
enquanto eu 
puder andar.

Vou-me embora
pra minha 
casa,
brincando de 
procurar.

É difícil
ser sozinho
mas as surpresas
do caminho
é o que me faz 
cantar.

Vou-me embora
pra minha casa.
Estou suado,
pés sujos,
cansado,
imundo,
marcado pelas
eiras nem beiras
de uma senda
que me percorre.

Vou-me embora
pra minha casa
                          e a poesia
                          não morre.

*

Poema de Partida - Terceiro Canto - In: Sen Zan Ban Sui, 2012

Já não caminho sozinho.
Hoje tenho muitos a meu lado.
Tenho cantos, tenho abraços,
tenho afagos.

Tenho apertos, tenho medos,
tenho laços.

Tenho uma moça a sorrir e a chorar
com meus passos.

Mas hoje vou-me embora.

Vou-me para uma casa 
que invento,
um canto que tento
criar.

Vou-me embora para 
um sonho fundo
que teimo em carregar.

Vou-me embora comigo,
contigo, conosco.

Hoje vou-me embora
hoje.
Não mais o que
duvidar.

*


2012年11月28日 ・ 広美


on your birthday,
as the moon
enlightes with heat
our hearts,
and inevitably the end
of the year will be
freezing

by the time
i’ll be awake
you’ll be sleeping,
and everything
will be
backwards…

on your birthday,
your smile through
deep oceans
and
valleys will fly,
over great mountains
and walls it will pass

across dark and quiet
streets,
in the midst of old
castles
and shrines
it will
glance

and
by the time
it gets to me

on your birthday,
your smile
will be your
present
for
me



Um comentário:

  1. Acho que já embarquei nesta viagem contigo, será que estou eu também de alguma forma no Japão? Boas vibrações candongueiro, quanto alimento seus dizeres e não dizeres, esse tecer mágico digno de um poeta!

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